O mais visual e o mais sensual dos cineastas é também aquele que nos introduz no mais íntimo dos seus personagens, porque ele é acima de tudo um apaixonado fiel da sua aparência e, através desta, da sua alma. O conhecimento em Renoir passa pelo amor e o amor pela epiderme do mundo. A agilidade, a mobilidade, o modelo vivo da sua realização é a sua preocupação em ornar, para seu prazer e nosso gozo, o vestido sem costuras da realidade.
Renoir francês - André Bazin

Meu caso


Straub se queixa. Essa vez, ele se queixa de Heiner Müller que, encontrando-os em Berlim, deixa escapar algo como: “Ainda bem que pessoas como você continuam a existir!” Frase que acabei, eu também, por perceber o cândido desejo de morte que ela carrega e a qual deveríamos poder responder: “Sim, eu sei que eu não posso contar com você de maneira alguma.”

Mon cas foi publicado originalmente na revista Trafic, n° 3, em 1992 e republicado no livro La maison cinéma et le monde - Le moment Trafic, p. 110. Tradução: Letícia Weber Jarek.

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